sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Os discípulos creem que obter a mística iluminação começaria em viver em uma total paz.

Alejandro Jodorowsky:Os discípulos creem que obter a mística iluminação começaria em viver em uma total paz. Porém, não é assim: apenas se desmoronam os limite do eu individual, a mente transpessoal se encontra na crueldade do mundo, da injustiça social, se sua falta de responsabilidade, da confusão intelectual e emocional no que tem vivido, da grande quantidade de compromissos negativos que você deve desprender-se. Para obter-se a iluminação começa por um intenso trabalho de remover os escombros, expulsar os vampiros, de pagar as dívidas...Essa fábula pode ser útil para melhor compreender essa situação:
Naquela cidade nenhuma casa tem janelas. As casas eram cubos negros. Não se conhecia luz! A atmosfera contaminada formava um escudo impenetrável aos raio do sol. Os habitantes desse mundo não tinham nariz. Sentindo-se felizes, habitavam as sombras, somente preocupados de trabalhar para enxer a barriga e satisfazer os desejos sexuais. Um bom dia apareceu um anciã que gritava: “vendo lâmpadas e narizes” Um cidadão que passava por ali se sentiu atraído pelo brilho dos olhos do estrangeiro que brilhavam na escuridão como duas lamparinas. Comprou uma lâmpada e se pôs um nariz. Regressou em seu cubículo. Apenas fechou a porta um insuportável entrou nas fossas nasais e foi direto ao cérebro. Incendiou a lâmpada. O que ele acreditava ser uma pesa harmoniosa, limpa e tranquila, era um ninho de aranhas, sujeira, alimentos podres, móveis empoeirados, capas de gordura, excrementos e ratas podres. Não pode permanecer nesse asqueroso lugar! Recorreu as ruas até encontrar o viajante. Lhe perguntou: “ Bruxo desgraçado! O que você fez com minha elegante mansão? Antes eu vivia bem, com todo o mundo, mas apenas me pùs seu nariz e ascendi a lâmpada , esses objetos mudaram meu mundo. Por que tanta maldade?” O vendedor respondeu: “ teu mundo não mudou, é assim! Antes não te davas conta e acreditava estar bem na podridão que mais cedo ou mais tarde eu teria destruído, quando se adquire novos órgãos e a luz cresce, sofremos por que nos vemos como realmente somos e não como imaginávamos ser. Agora que já sabes qual é tua realidade deves abrir as janelas, matar os parasitas, limpar as paredes, desinfetar o lugar e serás feliz. Em seguida dá a lâmpada e o nariz a outro cidadão, até que a cidade limpa se desperta de sua alienação venenosa e ente por fim, a luz do sol!”
Toda tomada de consciência, ao começo, acarreta dor. É um trabalho árduo...quando um país vence a mentira e se dá conta de sua crítica situação sofre uma crise. Porém esta tomada de consciência é necessária para conhecer as falhas e eliminar a corrupção.

Alejandro Jodorowsky: Los discípulos creen que al obtener la mítica iluminación comenzarán a vivir en una total paz. Pero no es así: apenas se desmoronan los límites del yo individual, la mente transpersonal se da cuenta de la crueldad del mundo, de la injusticia social, de su anterior falta de responsabilidad, de la confusión intelectual y emocional en las que ha vivido, de la gran cantidad de compromisos negativos de los que debe desprenderse. Al obtenerse la iluminación comienza el intenso trabajo de remover los escombros, de expulsar a los vampiros, de pagar las deudas… Esta fábula puede ser útil para comprender mejor tal situación:
En aquella ciudad ninguna casa tenía ventanas. Las habitaciones eran cubos negros. ¡No se conocía la luz! La atmósfera contaminada formaba un escudo impenetrable a los rayos del sol. Los habitantes de ese mundo no tenían nariz. Sintiéndose felices, habitaban en la sombra, sólo preocupados de trabajar para llenarse la panza y satisfacer sus deseos sexuales. Un buen día apareció un anciano que gritaba: “¡Vendo lámparas y narices!” Un ciudadano que por ahí pasaba se sintió atraído por el brillo de los ojos del extranjero que relumbraban en el negro como dos luciérnagas. Compró una lámpara y se puso una nariz. Regresó a su cubículo. Apenas cerró la puerta, un insoportable olor se le metió por las fosas nasales para zaherir su cerebro. Encendió la lámpara. Lo que él creía una pieza hermosa, limpia, tranquila, era un nido de arañas, basura, alimentos podridos, muebles apolillados, capas de grasa, excrementos y ratas apestosas. ¡No pudo permanecer en ese asqueroso lugar! Recorrió las calles hasta encontrar al viejo. Le espetó: “¡Brujo desgraciado! ¿Que hizo con mi elegante mansión? Antes yo vivía bien, como todo el mundo, pero apenas me puse su nariz y prendí la lámpara, esos dos objetos cambiaron mi mundo. ¿Por qué tanta maldad?” El vendedor respondió: “¡Tu mundo no fue cambiado, es así! Antes no te dabas cuenta y creías estar bien en un sitio podrido que tarde o temprano te hubiera destruido. Cuando se adquieren nuevos órganos y se hace la luz, sufrimos porque nos vemos como realmente somos y no como imaginamos ser. Ahora que ya sabes cuál es tu realidad debes abrir ventanas, matar parásitos, limpiar paredes, desinfectar el lugar y serás feliz. ¡Entonces dale la lámpara y la nariz a otro ciudadano, hasta que la ciudad, limpia, se desprenda de su caparazón venenoso y entre, por fin, la luz del sol!”.
Toda toma de conciencia, al comienzo, acarrea dolor. El trabajo lo mitiga… Cuando un país vence a la mentira y se da cuenta de su crítica situación, sufre una crísis. Pero esta toma de conciencia le es necesaria para que, conociendo las fallas, elimine la corrupción.

Fonte:  http://planosinfin.com/el-placer-de-pensar-41/




domingo, 24 de agosto de 2014

DEZ MANDAMENTOS DO PROFESSOR Prof. Leandro Karnal

DEZ MANDAMENTOS DO PROFESSOR Prof. Leandro Karnal  

A sabedoria do mais influente legislador do Ocidente, Moisés, sintetizou uma concepção de mundo em Dez Mandamentos. Como bom educador, o ex-príncipe do Egito sabia que longos códigos são de difícil acesso. Curioso notar que constituições muito breves, como a norte-americana, passam dos dois séculos e constituições prolixas, como todas as brasileiras , caducam em prazos muito curtos.
Inspirados neste exemplo, elaboramos os Dez Mandamentos do Professor. Estes dez mandamentos são fruto de uma experiência particular e não se pretendem eternos ou válidos em qualquer ocasião. Gostaria apenas de fornecer a colegas, como você leitor, uma reflexão particular, que possa ser aprofundada, reinterpretada ou rejeitada de acordo com a sua experiência.
O que me levou a pensar nestes princípios é a mesma angústia que assola qualquer educador: como ser um bom profissional, ensinar, transformar meu aluno e fazer parte desta transformação? Como superar o tédio dos meus alunos, a indisciplina, a irrelevância de algumas coisas que faço e meu próprio cansaço? Como não considerar a sala um fardo e o relógio um inimigo? Como parar de achar que só vivo a partir do fim-de-semana? A partir destes questionamentos, você está permanentemente convidado a adensar ou criticar, fazer seus outros dez ou sintetizar a dois ou três, pois, quem acha que pode melhorar a aula que dá , já começou a viver educação. E quem não acha que pode? Bem, deixa para lá! Ensinar não é a única profissão do mundo…
-PRIMEIRO MANDAMENTO: CORTAR O PROGRAMA!
Quase todas as disciplinas foram perdendo aulas ao longo das décadas anteriores. Não obstante, os programas nem sempre acompanharam estes cortes. Pergunte-se: isto é realmente importante? Este conteúdo é essencial? Não seria melhor aprofundar mais tais tópicos e menos outros? Se a justificativa é a pressão do vestibular, ela não pode ocupar 11 anos de Ensino Médio e Fundamental. Se a justificativa é uma regra da escola ou um coordenador obsessivo, lembre-se: o Diário de Classe sempre foi o documento por excelência do estelionato. A coragem da grande tesoura é essencial. Dar tudo equivale a dar nada. Ensinar a pensar não implica esgotar o conhecimento humano.
-SEGUNDO MANDAMENTO: SEMPRE PARTIR DO ALUNO!
Chega de lamentar o aluno que não temos! Chega de lamentar que eles não lêem, a partir de uma nebulosa memória do aluno perfeito que teríamos sido (nebulosa e duvidosa). Este é o meu aluno real. Se, para ele, Paulo Coelho é superior a Machado de Assis e baile Funk é superior a Mozart, eu preciso saber desta realidade para transformá-la. Se ele é analfabeto devo começar a alfabetizá-lo. Se ele está no Ensino Médio e ainda não domina soma de frações de denominadores diferentes devo estar atento: esta é minha realidade. A partir do zero eu posso sonhar com o cinco ou seis. A partir do imaginário da perfeição é difícil produzir algo. A Utopia, desde Platão e Thomas Morus, tem a finalidade de transformar o real, nunca de impossibilitá-lo.
-TERCEIRO MANDAMENTO: PERDER O FETICHE DO TEXTO!
Em todas as áreas, em especial nas humanas, os alunos são instigados quase que exclusivamente ao texto. Num mundo imerso na imagem e dominado por sons e cores, tornamos o texto central na sala de aula. Devemos estar atentos ao uso de imagens, música, sensorialidades variadas. O texto é muito importante, nunca deve ser abandonado. Porém, se o objetivo é fazer pensar, o texto é apenas um instrumento deste objetivo maior. Há pessoas que pensam e nunca leram Camões e há quem saiba Os Lusíadas de cor e não pense…Lembre-se de que há outros instrumentos. A sedução das imagens deve ser uma alavanca a nosso favor, nunca contra. Usar filmes, propagandas, caricaturas, desenhos, mapas: tudo pode servir ao único grande objetivo da escola: ajudar a ler o mundo, não apenas a ler letras.
-QUARTO MANDAMENTO: POSSIBILITAR O CAOS CRIATIVO.
Fomos educados a um ideal de ordem com carteiras emparelhadas e, mesmo no fundo do nosso inconsciente, este ideal persiste. Qual professor já não teve o pesadelo de perder o controle total de uma sala, especialmente na noite mal dormida que antecede o primeiro dia de aula? Devemos estar preparados para o caos criador e para o lúdico. Alunos andando pela sala, trocando fragmentos de textos ou imagens dados pelo professor, discussões, encenações, o professor recitando uma poesia ou mandando realizar um desenho: tudo pode ser canal deste lúdico que detona o caos criativo. Surpreenda seus alunos com uma encenação, com um silêncio, com um grito, com uma máscara. Uma sala pode estar em ordem e ninguém aprendendo e pode estar com muitas vozes e criando ambiente de aprendizado. Lembre-se o silêncio absoluto é mais importante para nós do que para os alunos. É difícil vencer a resistência dos colegas e da própria escola a isto. Lógico que o silêncio também deve ser um espaço de reflexão, mas é possível pensar que há valor num solo gentil de flauta, numa pausa ou num toque retumbante de 200 instrumentos.
-QUINTO MANDAMENTO: INTERDISCIPLINAR!
Assim mesmo, entendido o princípio como um verbo, como uma ação deliberada. É fundamental fazer trabalhos com todas as áreas. Elaborar temas transversais como o MEC pede e, ao mesmo tempo, libertar o aluno da idéia didática das gavetas de conhecimento. Não apenas áreas afins (como História e Geografia) mas também Literatura e Educação Física, Matemática e Artes, Química e Filosofia. É preciso restaurar o sentido original de conhecimento, que nasceu único e foi sendo fragmentado até perder a noção de todo. O profissional do futuro é muito mais holístico do que nós temos sido até hoje.
-SEXTO MANDAMENTO: PROBLEMATIZAR O CONHECIMENTO.
Oferecer ao aluno o cerne da ciência e da arte: o problema. Não o problema artificial clássico na área de exatas, mas os problemas que geraram a inquietude que produziu este mesmo conhecimento A chama que vivou os cientistas e artistas é transmitida como um monumento inerte e petrificado. Mostrem as incoerências, as dúvidas, as questões estruturais de cada matéria. Mostrem textos opostos, visões distintas, críticas de um autor ao outro. Nunca fazer um trabalho como: “O Feudalismo” ou “O Relevo do Amapá”; mas problemas para serem resolvidos. Todo animal (e, por extensão, o aluno) é curioso. Porém, é difícil ser curioso com o que está pronto. Sejamos francos: se é tedioso ler um trabalho destes, qual terá sido o tédio em fazê-lo?
-SÉTIMO MANDAMENTO: VARIAR AVALIAÇÕES.
Provas escritas são válidas, como a vitamina A é válida para o corpo humano. Porém, avaliações variadas ampliam a chance de explorar outros tipos de inteligência na sala. As outras avaliações não devem ser vistas como um trabalhinho para dar nota e ajudar na prova, mas como um processo orgânico de diminuir um pouco a eterna subjetividade da avaliação.
-OITAVO MANDAMENTO: USAR O MUNDO NA SALA DE AULA!
O mundo está permeado pela televisão, pela Internet, pelos jornais, pelas revistas, pelas músicas de sucesso. A escola e a sala de aula precisam dialogar com este mundo. Os alunos em geral não gostam do espaço da sala porque ele tem muito de artificial, de deslocado, de fora do seu interesse. Usar o mundo da comunicação contemporânea não significa repetir o mundo da comunicação contemporânea; mas estabelecer um gancho com a percepção do meu aluno.
-NONO MANDAMENTO: ANALISAR-SE PESSOALMENTE!
A primeira pessoa que deve responder aos questionamentos da educação é o professor. Somos nós que devemos saber qual o motivo de dar tal coisa, qual a relevância, qual a utilidade de tal leitura. O professor é o primeiro que deve saber como tal ciência transformou a sua vida. Isto implica fazer toda espécie de questão, mesmo as incômodas. Se eu não fico lendo tal autor por prazer e nem o levo aos meus passeios como posso exigir que um jovem ou uma criança o façam? Qual a coerência do meu trabalho? Minha irritação com a turma indisciplinada é uma espécie de raiva por saber que eles estão certos? Minha formação permanente me indica novos caminhos? Estou repetindo fórmulas que deram certo quando eu era aluno há 20 ou mais anos? É necessário um exercício analítico-crítico muito denso para que eu enfrente o mais duro olhar do planeta: o do meu aluno.
-DÉCIMO MANDAMENTO: SER PACIENTE!
Hoje eu acho que ser paciente é a maior virtude do professor. Não a clássica paciência de não esganar um adolescente numa última aula de sexta-feira, mas a paciência de saber que, como dizia Rubem Alves, plantamos carvalhos e não eucaliptos. Nossa tarefa é constante, difícil, com resultados pouco visíveis a médio prazo. Porém, se você está lendo este texto, lembre-se: houve uma professora ou um professor que o alfabetizou, que pegou na sua mão e ensinou, dezenas de vezes, a fazer a simples curva da letra O. Graças a estas paciências, somos o que somos. O modelo da paciência pedagógica é a recomendação materna para escovar os dentes: foi repetida quatro vezes ao dia, durante mais de uma década, com erros diários e recaídas diárias. As mães poderiam dizer: já que vocês não querem nada com o que é melhor para vocês, permaneçam do jeito que estão que eu não vou mais gritar sobre isto (típica frase de sala de aula…) . Sem estas paciências, seríamos analfabetos e banguelas. Não devamos oferecer menos ao nosso aluno, especialmente ao aluno que não merece nem quer esta paciência  este é o que necessita urgentemente dela. O doente precisa do médico, não o sadio. O aluno-problema precisa de nós, não o brilhante e limpo discípulo da primeira carteira.
Há alguns anos eu falava de alguns destes princípios e uma senhora redargüiu dizendo que ela fazia tudo isto e muito mais e, mesmo assim, os alunos estavam cada vez piores e com menos resultados. Olhei para esta professora e senti nela o reflexo de meus cansaços também. A única coisa que me ocorreu lembrar é uma alegoria, com a qual encerro este texto:
Na nossa cultura há um modelo de professor: Jesus. A maioria absoluta das pessoas no Brasil é cristã, mas a alegoria serve também para os que não são. Tomemos a história de Jesus independente da nossa orientação religiosa. Comparemos: Jesus teve 12 alunos escolhidos por ele! Eu tenho 30, 60, 100, escolhidos por um rigoroso processo de seleção: inscreveu, pagou, entrou. Jesus teve alunos em tempo integral por três anos: eu tenho por duas ou quatro aulas semanais, por um período mais curto. Os alunos de Jesus deixaram tudo para segui-lo, o meu não deixa quase nada e não quer acompanhar nem meu pensamento, quanto mais minhas propostas existenciais. Fiel aos novo ditames do MEC, Jesus deu um curso superior em três anos. Para quem acredita, Ele fazia milagres, coisa que nós certamente não fazemos naquele sentido. A aula, de Jesus, assim, era reforçada por work-shops. A auto estima e a confiança de Jesus era enorme: o cara simplesmente dizia que era o Filho de Deus, que ressuscitava mortos, andava sobre as águas, passava quarenta dias sem comer e não tinha medo de ninguém. Eu não tenho esta convicção. Melhor: as aulas eram ao ar livre, sem coordenação, sem direção, sem colegas e os pais dos alunos não apareciam para reclamar! Bem, após 3 anos de curso intenso com todos estes reforços, chegou a prova final. Na agonia do Horto os três melhores alunos dormiram, quando o Mestre estava chorando sangue. O tesoureiro da turma denunciou o professor à Delegacia de Educação por 30 moedas. O líder da classe, Pedro, negou que tivesse tido aula por três vezes diante da supervisora de ensino: nunca vi este cara antes… Outros nove fugiram sem dar notícia e não compareceram à prova final: o Calvário. O mais novo e bobinho, João, foi até lá, mas não fez nada para impedir que os guardas matassem o professor. Se considerarmos João , com boa vontade, o único aprovado, teremos uma média de êxito de 8.33%, baixa demais para os padrões das Delegacias de Ensino e alvo de demissão sumária por justa causa. O professor morreu e, para quem acredita, voltou para uma recuperação de férias. Reuniu os reprovados e disse: mais uma chance. Um dos alunos , Tomé, pediu para colocar o dedo no diploma do professor para ver se era de verdade. Primeira pergunta do líder da turma, Pedro: “Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?” Ou seja, o melhor aluno não aprendeu nada! Esta pergunta mostra o oposto da aula dada, pois ele achou que o curso tinha sido sobre política e, na verdade, tinha sido sobre Teologia… Objetivos não atingidos: 100% ! Novos milagres, mais 40 dias defeedback, apostilas, recuperação, reforço de férias. Final de curso pirotécnico: subiu ao céu entre nuvens e anjos assistentes-pedagógicos disseram que o mestre tinha ido para a sala dos professores eterna e não mais voltaria. O curso estava encerrado, todas as lições tinham sido dadas para aquela nata de 11 homens. O que eles fizeram? Foram se esconder numa casa, todos apavorados. O mestre mandou um módulo auto-instrucional de reforço, o Espírito Santo, um anabolizante. Só então, com uma força externa, eles começaram a entender, e finalmente tiveram aquela famosa reação bovina: HUMMMM…
Bem, eu disse à professora que me questionava: se Jesus teve tantos insucessos apesar de condições tão boas, a senhora quer ser mais do que Ele? Hoje eu diria para qualquer profissional: faça o máximo, mas apenas o máximo, e deixem o resto por conta do resto. A frase parece autista, mas é muito importante. Nós temos um limite: a vontade do aluno, da instituição e da sociedade como um todo. Não transformamos nada sozinhos, mas transformamos. O primeiro passo é a vontade. O segundo começa daqui a pouco, naquela sala difícil, com aquela turma sentada no fundo e naqueles angustiantes dez minutos que você vai levar para conseguir fazer a chamada… Vamos lá?
Fonte:  http://capronilson.wordpress.com/2013/11/19/dez-mandamentos-do-professor-prof-leandro-karnal/

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O colar do tigre





 Un joven llega ante un Maestro. Este lo mira con ojos tan intensos como los de una fiera. El santón es enorme y tiene tal energía que el discípulo tiembla. “¿Qué haces aquí?” “¡Busco la luz!” “¡Estás en medio del río y te quejas de que tienes sed!” “¡No entiendo, Maestro!” “Si resuelves esta adivinanza podrás comprender: En un bosque hay un tigre terrible que tiene un collar. ¿Quién se lo puede quitar?” El estudiante responde: “¡Un hombre más fuerte que él!” El Maestro le da un bastonazo en la cabeza. “¡Perezoso! ¡Vete y no vuelvas hasta que estés seguro de la respuesta!” El joven, conteniendo la sangre que corre desde su cuero cabelludo, se interna en un bosque, a meditar. Después de muchos días vislumbra una respuesta. Corre hacia el Maestro. “¡Le puede quitar el collar quien lo puso!” Le responden: “¡Intelectual asqueroso!” Y le dan otro palo en la cabeza. Llorando de impotencia, el discípulo vuelve a sus parajes solitarios. Odia al Maestro. Sin embargo regresa a verlo. “¡Es el tigre quien se puede quitar el collar porque él mismo se lo puso!” “¡Imbécil romántico!” ¡Zas! ¡Palo! Ensangrentado, el joven se refugia en una caverna. Grita a las sombras: “¡Yo soy el tigre, él es mi animalidad! ¡Un día me apareció un collar en el cuello para revelar mi esclavitud! ¡Tengo que convertirme en un humano para quitarme yo mismo esta ignominia de ser aún una bestia!” Sale. Ve un perro campeón seguido por otros más débiles. Deprimido, se siente perro débil y sigue con dolorosa admiración al jefe de la jauría. Encuentran a una joven perra que por primera vez ha sido madre. El campeón intenta devorar a los cachorros. La perrita, convertida en energúmeno, le salta al cuello, aferrándose a la yugular y de ahí no se desprende hasta que el gran can cae muerto. El joven, en un destello, ve por fin la respuesta. Dando un grito de alegría, corre hacia el Maestro. Se quita el cinturón. Lo ata alrededor del cuello del feroz santón y lo jala hasta sacarlo de su sitio. Allí se sienta él. El Maestro ríe a carcajadas, lo abraza y le dice: “¡Ya eres tu propio amo; has triunfado!¡Se ha encendido una luz!”







Ensinamentos de D. Madalena: Descobrindo tua força






Alejandro Jodorowsky: (Esta meditación fue fundamental para mí. La santa curandera me tomó entre sus brazos y con una voz que soy incapaz de describir, la palabra “dulzura” no es suficiente, unió su espíritu al mío, me permitió identificarme con ella, y me guió en un trance donde a ratos fui yo mismo y a ratos fui ella.)
La fuerza del sexo es como el aceite o el petróleo, y se acumula hasta que se convierte en fuego. Nos concentramos y se deja circular la energía sexual, no se la niega, se la utiliza para el trabajo espiritual. Cuando se niega el sexo no se puede hacer un trabajo espiritual. La energía sexual reprimida, a no importa qué edad, nos ensucia. El fuego, si arde, purifica.
Estira tus manos con las palmas hacia el cielo. Después, levanta en cada mano, juntos, el dedo medio y el dedo anular. Usa la imaginación para actuar sobre tus sensaciones corporales. Estira esos cuatro dedos, estíralos, alárgalos varios kilómetros, más estirados, más largos, siéntelos como una línea, una línea larguísima. No tengas miedo de hacer una extensión de tu ser, de pensar que vas a llegar muy lejos. Piensa que tus dedos son un rayo de luz que llega hasta las estrellas. Ahora recibe la fuerza sexual desde arriba, desde la conciencia de Dios-Diosa que crea al universo. Deja que esa fuerza captada por tus dedos te inunde todo el cuerpo. Recibe una tempestad que se expande dentro de ti. Siente que brillas.
En cada mano estos dos dedos producen una llama. Somos portadores de llamas. Así tu penetras en el mundo, así tu te extiendes. ¡Ábrete!¡Abre tu mente, abre tu corazón, abre tu sexo, abre la palma de tus manos, estíralas, todavía más, como manos de sapo! Esto es difícil de hacer, porque nuestra sociedad nos ha enseñado a cerrar las manos. Deja, déjate llevar por la fuerza sexual. Gana en años de vida, porque mientras más te abres más vives.
Y ahora a cerrar. Se capaz de cerrar, de tomar, no sueltes. Verdaderamente las cosas que amas no las dejarás jamás. La vía mágica no la dejarás, la luz de la conciencia no la dejarás, el estudio no lo dejarás, la vida no la dejarás, lo que amas no lo dejarás, lo que te conduce a la eternidad no lo dejarás, lo que te conduce al despertar no lo dejarás, te mantendrás firme.
Y después, poco a poco, cuando te sientas seguro, deja que tus manos se abran solas, como la respiración. Esto es mío, pero para compartirlo. Porque hay que saber decir no y hay que saber decir sí. Poco a poco, comienza a crecer, es un trabajo, es un nacimiento a la apertura, tus manos están naciendo, y tu cuerpo se llena de la sagrada energía sexual, y tu corazón se abre y tu alma se abre y tú por fin descubres que tus pulmones son tuyos y respiras un aire que es tuyo.
Quiero que con tus manos, abras como un velo. Puedes sentir que penetras en el aire, abrir caminos como vaginas amorosas que vibran con tus caricias. Hay lugares sensibles en el aire que tus manos van a sentir. La delicadeza es esencial para la fuerza. Te pido que acaricies el aire como si fuera un volumen sensible. Delante de tí hay un ser invisible que te ama. Es tu aire. Él entra en tus pulmones, sale. Respirar es hacer el amor con el mundo.
Siente si tus manos están limpias o están sucias, si se sienten culpables o no culpables. Analiza tus manos a la luz de tus actos. Vive la inocencia de tus manos, y si hay culpabilidad, tu la eliminas. Ahora son manos lavadas, ahora son inocentes, están meditando, tu no tienes nada que esconder.
Lentamente, levanta el peso de tus manos, haz que tus manos se vuelvan dulces, ligeras, espirituales, transparentes. Todo tu cuerpo va a sostener tus manos. Busca en tus manos la juventud, busca la ingenuidad infantil. Y ve más lejos, aprende a mover tus manos con la pequeñez de un niño. Pon tus manos sobre el pecho, porque vas a convertirte en un feto. Los dedos van a desaparecer, tienes una mano pequeñísima, estás en el agua maternal y siente “Yo voy a hacer nacer mis manos en mi feto, voy a hacer crecer mis dedos, voy a hacer crecer la palma, y después voy a hacer crecer mis cuatro dedos y mis pulgares” Y así yo asisto al movimiento celular de mis manos y así voy a parir mis manos nuevas.
Ahora relaja las manos, vuélvelas blandas, muy blandas, abandona la voluntad. Las manos forman como un pequeño bol. Los dedos se tocan los unos a los otros, pero no hay tensión. Una cuchara debe estar vacía, como la luna debe estar vacía para recibir la luz. Estas manos están vacías, es un instrumento de recepción. Yo las pongo aquí en el vientre, las apoyo en mi pelvis, a la altura del sexo, tranquilas, ellas caen por su propio peso, son manos de recepción. ¿Qué es lo que recibo en este bol? Hará falta que lo reciba todo. Mis manos van a absorber toda la energía de la Tierra, y la van a absorber directamente de un punto que se encuentra entre el sexo y el ano. Todo mi cuerpo es un instrumento de recepción. Mis manos van a ser como un acumulador de toda la energía que comunican mis pies. Siento que mis pies me dan completamente el sostén, que son la raíz de mis manos. Siente eso.
Y después, subes por tus tobillos, hasta las rodillas, y por tus muslos y tus nalgas, tu sexo, hasta la cintura. Y toda esa fuerza, tu la pones en tus manos. Te has comunicado con toda la parte de abajo de tu cuerpo. Para hacerlo, es bueno mantener la columna vertebral bien recta si se puede, si no, te apoyas contra la pared.
Y subimos por la columna vertebral, se toma la fuerza de los brazos, de tu pecho, de tu cuello, de tu cabeza, y siente la energía de la respiración otra vez y le agrego los latidos del corazón, la fuerza de mi hígado, la fuerza de mis riñones, de mi páncreas, de mis intestinos. Imagínalo.
En Egipto cuando hacían una momia le sacaban todos los órganos y los ponían en un vaso. Aquí, en tus manos en forma de bol, está el vaso que contiene todos tus órganos. Eso significa un cuerpo vacío. Cuando estás en la magia, tu cuerpo se vacía de toda posesión. Ya no es mi cuerpo, es un cuerpo. Que entre todas las reencarnaciones es solo un vehículo que debe estar exento de toda posesión. Yo dejo vivir a mis pies su propia vida, dejo vivir a mis piernas su propia vida, dejo vivir a mi sexo su propia vida, dejo vivir a mi pecho, dejo vivir a mis brazos, dejo vivir a mi cuello, dejo vivir a mi cabeza su propia vida. Cabeza, mente, cerebro, todo eso no me pertenece a mí en tanto que ego.
Reconozco que mi materia pertenece a la materia, que mi cuerpo es un vehículo al que yo no me engancho. Pierdo mi cara, pierdo mi forma, pierdo mi sexo y mi edad, pierdo toda definición. Yo soy una piedra entre las piedras, y formo parte de la Tierra. Por estas manos, comienzo a comunicarme con todo mi cuerpo, y mi cuerpo va a comunicarse con toda la materia de la Tierra.
Aquí, tengo la energía de las rocas, aquí tengo la energía de las montañas. Me convierto en una montaña, eterna, fuerte, sin ego. Conviértete en una montaña, piensa en las raíces que tiene una montaña, que van a lo más profundo. Una montaña se comunica con toda la corteza de la Tierra, una montaña se comunica con el centro de gravedad, con todas las profundidades, con el planeta entero. Por este gesto, yo me convierto en el planeta entero, en la materia del planeta entero, y soy tan sólido como el planeta.
Me mantengo como una montaña. Ningún pensamiento incontrolado va a hacer que me mueva, ningún sentimiento incontrolado va a hacer que me mueva, ningún deseo incontrolado podrá moverme, ninguna fatiga podrá moverme, ninguna angustia podrá moverme, ninguna amenaza podrá moverme. Yo me entrego a mi ser físico y me convierto en una montaña. Me convierto en todas las montañas, y también, cuando me comunico con la materia, me convierto en la materia del universo entero. Me comunico con todos los átomos, con todos los minerales, tengo la fuerza del oro, de la plata, del cobre, del plomo. Reconozco la infinita fuerza de mi cuerpo. Y mi ego se convierte en algo demasiado pequeño para este monumento inmenso que es mi cuerpo.
Entonces la recepción esta abierta, porque cuando me he convertido en una montaña, cuando me he convertido en la materia del planeta entero, es cuando puedo recibir por fin, en este cuerpo, el total. Dejo venir la energía de la reproducción, abro la puerta de mi sexo que es una energía de eternidad, una energía divina. Me comunico con mi sexo y con la energía divina que mantiene el presente. Dejo venir la energía creativa de todo ser vivo. Es la energía de todos los seres que están conmigo, la energía de todos los animales, la energía de todas las plantas, la energía de todos los planetas, la energía del sol, la energía de las raíces, la energía de las semillas, la energía de los capullos, la energía de las flores, la energía de los insectos, la energía de la lluvia, la energía de todos los océanos. Y absorbo la vida. Toda la reproducción, las estrellas que van a nacer, los cometas, la danza del cosmos, me dan la potencia. Voy a proyectarse hacia todos los puntos del espacio. Siento que mi pecho se abre, porque tiene una raíz en estas manos, y no tiene miedo de disolverse. Lo que tenemos en estas manos, en esta montaña que llamea, es el universo completo. Siento toda la luz que yo llevo, infinita, llena de energía y de calor, transparente, sólida, y la tengo en mis manos. Es el producto del puro amor, total, de la creación, que emerge como la vida, de lo no-manifestado, del vacío, del maravilloso vacío. El cuerpo se convierte en un regalo al mundo. Es el grado más alto de la humanidad. Se tiene al fin su propio ser. Se afirma ser un bol lleno.
Mira la fuerza que tienes cuando no tienes miedos. No tienes miedo de ser quemado por el fuego, el fuego no te quema. No tienes miedo de ser sepultado por la tierra, la tierra no te toca. No tienes miedo de ser ahogado por el agua, el agua no te ahoga. No tienes miedo de ser dispersado por el viento, el viento no te dispersa. No tienes miedo de ser invisible, porque la invisibilidad no te quita la consciencia. No tienes miedo del amor, porque el amor se convierte en tí. No tienes miedo de la vida, porque la vida eres tú. No tienes miedo de lo no-manifiesto, de lo misterioso, porque el misterio eres tú. Domas todo lo que viene de lo bajo, todas las amenazas que vienen del pasado, todas las cosas que no se han realizado, de los sufrimientos, de las pesadillas, del infantilismo. Yo los paro. El materialismo, yo lo paro, porque el no va a sepultar mi consciencia, ni mi amor, ni mi sexualidad, luego yo paro el materialismo y no me amenaza con el dinero. Mi creatividad puede parar la angustia económica. No se me amenaza con lugares podridos, donde no se puede respirar.
Yo paro el miedo de todo lo que es subterráneo, paro el miedo a mi inconsciente; pongo la mano ahí, y estoy conquistando todos esos demonios, porque me he dado cuenta con la fuerza que tengo, de que los demonios son la manifestación de mi yo. Eso no es sino yo, porque yo soy todo. Entonces, pacifico esos demonios y los voy a someter a mi servicio. Pongo una antena hacia el abismo sórdido, y con la fuerza que tengo, los pacifico. Y soy tan fuerte que obtengo la victoria, los paro y los canalizo. Los canalizo hacia este canal de fuerza, de luz, de amor que yo soy, y en lugar de destruirme, me alimentan. Se comienza a tomar el alimento de la tierra. Medita sobre eso. Tus angustias, angustias económicas, de creación, profesionales, de enfermedad, de fatiga, todo tipo de angustias, puedes domarlas por la fuerza de este trabajo que has hecho hoy, se paran y se ponen a tu servicio.
Cuando haces esto, despiertas las fuerzas positivas de la tierra. ¿Y qué es despertar las fuerzas positivas de la tierra? Es transformar todo lo que es negativo en alimento de todo lo que es positivo. No se le elimina, se le transforma. Porque todo eres tú. Es lo que yo llamo subyugar. Porque todo lo que es negativo debe darte su energía y convertirse en una parte de tí. Tu danzas con tu enemigo. ¿Y cómo se puede transformar? Absorbe entre el sexo y el ano tu poder material, construir lo que quieras. Y después, a la altura de la pelvis, busca un punto en el que absorbas toda tu fuerza sexual. Y dos o tres centímetros bajo el ombligo, absorbe la fuerza de tu centro de gravedad. En el pecho siente que toda la caja toraxica se te abre con calor. Bajo tu barbilla, en donde comienza tu cuello, es el nacimiento de la raíz del lenguaje, es la purificación y la comunicación, absórbelas.. Y a partir de ahí, el cerebro debe llenarse de luz. Y todo eso debe partir como un canal que va del ano a la cabeza y va hacia la comunicación universal y cósmica.
Eres un eje. Paras los sentimientos infantiles, los fantasmas, las cóleras, los miedos, las angustias, las penas, las culpabilizaciones, las injusticias, la crítica. Descubres el éxtasis de ser lo que eres.

Fonte: http://s536740715.mialojamiento.es/ensenanzas-de-dona-magdalena-21/