domingo, 20 de abril de 2014



Diálogos invisíveis com papéis e colagens na arteterapia

 

Cada expressão artística deste post transmite algo diferente e cada pessoa terá uma leitura distinta sobre elas. O que diferencia essas obras de arte de papel do trabalho feito no atelier arteterápico?
Obras de Lucas Simões e Grégoire Alexandre
Obras de Lucas Simões e Grégoire Alexandre
Na arteterapia, o que nos interessa é a relação que se dá entre a pessoa e o material. Ali no momento da criação, o material é o outro.  Como arteterapeuta, a minha função é observar cada detalhe e estimular a fluidez dos diálogos invisíveis que surgem o tempo todo nesse processo e trabalhar o olhar sobre a construção. Chamo de diálogo invisível os pensamentos, as sensações e os sentimentos que vão se desenvolvendo à medida que a pessoa se envolve com a arte dela. Como sou psicoterapeuta reichiana, observo também como se dá o relacionamento com aquele material. A disposição física e energética que é expressada ali. É estimulado que ela se pergunte, por exemplo: “O que esse papel está me transmitindo?” e “Como estou lidando com esse material?”. Ela consegue, então, deixar que a sua intenção junto com a mensagem do papel construam algo novo. Com isso, é trabalhada a sensibilidade, a percepção e o dinamismo dessa troca e o que se conseguiu fazer com isso tudo.
A textura do papel irá interferir no trabalho e no que se deseja atingir. Pode ser proposto que a pessoa somente use o papel e seus próprios dedos, ou que possa recortá-lo com outros materiais. Após trabalhar o formato, pode-se sugerir a construção de algo por meio da colagem ou outras possibilidades. Isso se dará de acordo com a necessidade percebida pelo especialista no momento. Existe ainda a escolha de diferentes papéis: brancos, pretos, coloridos, flexíveis ou rígidos, lisos ou ásperos, macios ou não. Cada escolha do arteterapeuta tem um propósito, porque irá interferir no trabalho e no que se quer atingir. No final, pode ser falado de todo o processo. O olhar minucioso do arteterapeuta irá auxiliá-lo a falar da construção, a partir do que foi observado nos movimentos corporais e energéticos em relação ao material.

O papel do papel

A maioria das imagens deste post foi retirada de uma matéria da edição de maio da revista Serafina, da Folha de S. Paulo. O título da matéria é “O papel do papel – Serafina apresenta 12 artistas de várias partes do mundo que transformam finas folhas em estruturas complexas e fascinantes”. Selecionei aqui as obras de: Peter Callesen (Dinamarca), Grégoire Alexandre (França), Claire Brewster (Inglaterra), Richard Sweeney (Inglaterra), Lucas Simões (Brasil). Ao clicar nos nomes deles, você será direcionado para os seus respectivos sites.
Callesen, Brewster e Sweeney
Callesen, Brewster e Sweeney
“Gosto de descobrir como as coisas são construídas, sejam elas prédios, pontes, flores ou árvores – tudo tem um arranjo particular de materiais e uma geometria única. Tento extrair essa essência estrutural e expressá-la. Com o papel, o desafio é ver o que funciona quando você multiplica as dobras, transforma em curvas, cria novos componentes e junta tudo”. Richard Sweeney, em trecho da matéria da revista Serafina.
Ao começar a participar do Twitter, conheci o belo trabalho do artista plástico Silvio Alvarez, que se dedica à colagem desde 1989. A seguir, a obra “A Árvore”, que mede 3,5 m x 2,5 m, e que faz parte do acervo do Museu da Sustentabilidade, no bairro de Pinheiros em São Paulo.
Detalhe de "A Árvore", de Silvio Alvarez
Detalhe de "A Árvore", de Silvio Alvarez
Inspirador, concorda?!
Aguardo o seu comentário!
Um forte abraço, Renata Cury, psicoterapeuta reichiana, especializada em arteterapia.







fonte:http://movimentoarte.com.br/2012/05/dialogos-invisiveis-com-papeis-e-colagens-na-arteterapia/

Nenhum comentário:

Postar um comentário