LUA QUASE CHEIA
Thiago de Mello selecionou, traduziu e fez as notas do lindo livro
“Poetas da América de canto castelhano”. O poema a seguir é de
Alfonsina Storni, poetisa argentina, ainda pouco conhecida por aqui.
LUA
Alfonsina Storni
Hoje me espia a lua
branca e desmesurada.
É a mesma lua de ontem
A mesma de amanhã.
Mas é outra, que nunca
Foi tão grande e tão pálida.
Tremo assim como as luzes
Estremecem nas águas.
Tremo como nos olhos
Sabem tremer as lágrimas.
Tremo como nas carnes
Sabe tremer uma alma.
Oh! A lua moveu
Seus dois lábios de prata.
Oh! A lua me disse
As três velhas palavras:
“Morte, amor e mistério”...
Minhas carnes se acabam.
E sobre as carnes mortas
A minha alma se arqueia.
Alma, gata noturna,
Salta por sobre a lua.
Vai pelos céus, compridos,
Triste, toda encolhida.
Vai pelos longos céus,
Vai sobre a lua branca.
(Mello, Thiago de. [Seleção, tradução e notas]. Poetas da América de canto castelhano. São Paulo: Global, 2011, p. 25).
(De la inquietud del rosal, 1916)
LUA
Alfonsina Storni
Hoje me espia a lua
branca e desmesurada.
É a mesma lua de ontem
A mesma de amanhã.
Mas é outra, que nunca
Foi tão grande e tão pálida.
Tremo assim como as luzes
Estremecem nas águas.
Tremo como nos olhos
Sabem tremer as lágrimas.
Tremo como nas carnes
Sabe tremer uma alma.
Oh! A lua moveu
Seus dois lábios de prata.
Oh! A lua me disse
As três velhas palavras:
“Morte, amor e mistério”...
Minhas carnes se acabam.
E sobre as carnes mortas
A minha alma se arqueia.
Alma, gata noturna,
Salta por sobre a lua.
Vai pelos céus, compridos,
Triste, toda encolhida.
Vai pelos longos céus,
Vai sobre a lua branca.
(Mello, Thiago de. [Seleção, tradução e notas]. Poetas da América de canto castelhano. São Paulo: Global, 2011, p. 25).
(De la inquietud del rosal, 1916)
http://www.nova-acropole.pt/a_alfonsina_vozes_eterno_feminino.html
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